O superdobe é uma técnica
de Construção Tradicional, que
está relacionada com Bioconstrução, Arquitetura Sustentável e a Permacultura
(cultura permanente). Falamos que é uma técnica de construção tradicional,
porque nos remente às primeiras maneiras de como eram feitas as casas para
abrigar os povos tradicionais. Discutida entre grupos de agroecologia a técnica
que agora leva o nome de bioconstrução, supera o simples ato de construir, pois
envolve outros aspectos como a organização da comunidade, a solidariedade e a
dimensão filosófica do mutirão. Por isso é comum às pessoas que participam desses
mutirões compartilhar de momentos especiais de transformação de suas vidas e
dos beneficiados diretos, ou seja, das pessoas que irão morar na nova casa.
Em Garanhuns, seis estudantes que cursam
Agroecologia no Serta (Serviço de Tecnologia Alternativa) vem se empenhando no
desenvolvimento de biotecnologias, entre elas a bioconstrução. Eu pude
acompanhar a construção de uma Casa Geodésica que vem sendo construída na
cidade Rio Tinto (PB). Estive acompanhado de Jucelino, também aqui de Garanhuns,
além de João (Venturosa) e Jheysson (São Bento do Una). Participamos de dois
grandes mutirões, o primeiro com 38 pessoas e o segundo com 13. A casa está
quase pronta, e já é uma atração para quem viaja de Recife para João Pessoa,
pois fica às margens da rodovia que dá acesso à capital paraibana.
Criada na década de 80 pelo arquiteto iraniano
Nader Khalili, a superadobe surgiu inicialmente como alternativa apresentada à
NASA para projetos arquitetônicos na Lua (já que a técnica minimizaria o volume
de materiais de construção que precisariam ser levados ao Espaço). Ao longo dos
anos, populações de países como México, Chile e a Coréia vem aprimorando as técnicas
que acima de tudo visam baratear os custos em relação às construçõoes
convencionais e imitar as formas da natureza, de maneira sustentável. As paredes
da Casa Geodésica são feitas basicamente com a “técnica da terra ensacada” (superadobe).
Acima da parede é erguida uma estrutura formada por vários triângulos que se
encaixam formando um domo geodésico, definido conforme a área da casa. A Casa
da Paraíba tem uma área de 62 M2, a partir de uma circunferência de
9 metros de diâmetro. A estimativa é de que seja concluída até o final de
dezembro.
Garanhuns não tem uma
casa geodésica destinada à moradia, mas conta com um domo geodésico instalado
no Parque Euclides Dourado, onde recentemente foi inaugurado Planetário
Municipal. Quem sabe um dia possamos ter outras estruturas geodésicas em nossa
região? Uma coisa é cerca e estimulante: o curso - 40% do valor de uma casas
com o mesmo tamanho no moldes convencionais.
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