quinta-feira, 16 de abril de 2015

Estudantes de agroecologia constroem casa redonda na Paraíba

O superdobe é uma técnica de Construção Tradicional, que está relacionada com Bioconstrução, Arquitetura Sustentável e a Permacultura (cultura permanente). Falamos que é uma técnica de construção tradicional, porque nos remente às primeiras maneiras de como eram feitas as casas para abrigar os povos tradicionais. Discutida entre grupos de agroecologia a técnica que agora leva o nome de bioconstrução, supera o simples ato de construir, pois envolve outros aspectos como a organização da comunidade, a solidariedade e a dimensão filosófica do mutirão. Por isso é comum às pessoas que participam desses mutirões compartilhar de momentos especiais de transformação de suas vidas e dos beneficiados diretos, ou seja, das pessoas que irão morar na nova casa.

Em Garanhuns, seis estudantes que cursam Agroecologia no Serta (Serviço de Tecnologia Alternativa) vem se empenhando no desenvolvimento de biotecnologias, entre elas a bioconstrução. Eu pude acompanhar a construção de uma Casa Geodésica que vem sendo construída na cidade Rio Tinto (PB). Estive acompanhado de Jucelino, também aqui de Garanhuns, além de João (Venturosa) e Jheysson (São Bento do Una). Participamos de dois grandes mutirões, o primeiro com 38 pessoas e o segundo com 13. A casa está quase pronta, e já é uma atração para quem viaja de Recife para João Pessoa, pois fica às margens da rodovia que dá acesso à capital paraibana.

Criada na década de 80 pelo arquiteto iraniano Nader Khalili, a superadobe surgiu inicialmente como alternativa apresentada à NASA para projetos arquitetônicos na Lua (já que a técnica minimizaria o volume de materiais de construção que precisariam ser levados ao Espaço). Ao longo dos anos, populações de países como México, Chile e a Coréia vem aprimorando as técnicas que acima de tudo visam baratear os custos em relação às construçõoes convencionais e imitar as formas da natureza, de maneira sustentável. As paredes da Casa Geodésica são feitas basicamente com a “técnica da terra ensacada” (superadobe). Acima da parede é erguida uma estrutura formada por vários triângulos que se encaixam formando um domo geodésico, definido conforme a área da casa. A Casa da Paraíba tem uma área de 62 M2, a partir de uma circunferência de 9 metros de diâmetro. A estimativa é de que seja concluída até o final de dezembro.

Garanhuns não tem uma casa geodésica destinada à moradia, mas conta com um domo geodésico instalado no Parque Euclides Dourado, onde recentemente foi inaugurado Planetário Municipal. Quem sabe um dia possamos ter outras estruturas geodésicas em nossa região? Uma coisa é cerca e estimulante: o curso - 40% do valor de uma casas com o mesmo tamanho no moldes convencionais.

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