quarta-feira, 9 de abril de 2014

Divagando sobre o choro da terra.

Um grande amigo meu, certa vez compôs um roteiro para teatro com o título "E a Terra chorou". Fiquei imaginando como seria então o choro da terra, já que a peça expõe subjetivamente a relação do homem com a natureza, numa tonicidade romântica. (Inclusive recomendo a esses novos diretores de tetro amador buscar pelo roteiro - creio que na biblioteca do Sesc Garanhuns possam encontrem. A propósito meu amigo é Marcos Freitas - que não sei por onde anda, mas com quem tive o prazer de escrever um outro roteiro teatral... e em tempo recorde: das 8 horas da noite às 8 da manhã, após algumas cervejas para ajudar a inspiração, é claro).

Mas voltando ao choro da terra. Estive fazendo um reconhecimento de área em Saloá e Iatí. E pude perceber que a terra está chorando. Chorando por não ter mais lágrimas, ou água, para molhar a plantação, ou mesmo matar a sede do povo. Eu nunca tinha ficado triste com isso. Mas ver um poço ser sugado até a ultima gota e aguardar por horas o surgimento de novas partículas de água é muito doloroso. Pensei em tanta coisa, mas a comparação mais próxima que cheguei, foi a das pessoas que passam por hemodiálise, em que lhes é tirado todo o sangue e substituído por água, para que uma máquina miseravelmente criada pelo homem possa limpar-lhes as vias sanguíneas, prolongando-lhes a vida. No caso da terra, não há nada. Nada que substitua a água que foi sugada. É uma agressão tão profunda que você nem consegue imaginar a dor. É ou não é? Por isso precisamos acordar para as transformações do Planeta e evitar a exploração desmedida do solo. Até quando poderemos fazer tal manobra? Até quando a terra ainda aguentará tanta crueldade do ser humano. É preciso curar a natureza e livrá-la da maldade humana. Livrá-la de nós.

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