segunda-feira, 31 de março de 2014

De Saloá para a Antártica: sonho que virou realidade


Matéria de Juliana Sá – publicada no Diário Oficial do Estado de Pernambuco na edição de sábado, dia 29 de março de 2014.

O aluno do 3º ano da Escola de Referência em Ensino Médio - EREM,  Monsenhor João Marques, da cidade de Saloá, Valdemir José da Silva, de 16 anos, teve que passar alguns dias sem frequentar as aulas. Mas tudo por uma boa causa. Ele participa de uma visita à estação Antártica juntamente com a equipe de pesquisadores da Marinha do Brasil.

Valdemir e o professor de Ciências Naturais, Álvaro Deangells, formam uma das quatro duplas vencedoras do concurso cultural “O Brasil na Antártica” promovido pela Marinha do Brasil. Eles produziram um vídeo sobre o programa de pesquisas Antártico Brasileiro - Proantar e a importância da Antártica para a vida no planeta. A produção garantiu a seleção dos dois entre mais de 200 inscritos de todo País. Eles permanecem no chamado continente branco até este domingo. “Fiquei muito feliz por ter sido selecionado para a viagem. Antes de chegar à Antártica passamos pelo Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Patagônia, no Chile, onde recebemos um treinamento específico para adaptação no local. É uma experiência enriquecedora, tanto do ponto de vista do conhecimento científico, como para a minha vida. Estou aprendendo muita coisa”, relatou o estudante que se prepara para o vestibular de Medicina. Para Álvaro Deangells, a emoção não é diferente. Graduado em Biologia, ele destacou a importância do momento para sua vida como profissional.

“Conhecer um ecossistema completamente diferente, num lugar onde poucas pessoas têm a oportunidade de ir, e ainda acompanhar uma expedição com os pesquisadores da Marinha, sem dúvida vai marcar nossas vidas”. Ele disse que na produção do vídeo de um minuto e 43 segundos utilizou a técnica Stop Motion (sobreposição de fotografias para formar o vídeo), trabalho que levou nove horas para ser concluído, além de uma semana de planejamento e montagem de roteiro. “Contamos com a ajuda de outros alunos do Programa Projovem e utilizamos materiais simples, como emborrachado e palitos de fósforos. Sempre fomos otimistas. Sabíamos que ficaríamos pelo menos entre os 10 melhores”. “Além da ansiedade, a preocupação com as baixas temperaturas nos faz viver uma experiência ímpar. Recebemos todo apoio da Secretaria de Educação do Estado para adquirir itens como protetor labial e de pele, óculos escuros, meias e luvas de lã. Com certeza, estamos vivendo uma experiência que só nos vai engrandecer”, concluiu Deangells.

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